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Monólogo poético

Na porta da capela
Numa rua de pedra
Em Paracatu
Ela acendia uma vela
E entregava seu coração duro
Em troca de um coração de carne
Cheio de virtudes, amor e mansidão.

E eu?
Eu de tanto ver meu coração sangrar
Esfaqueado pelo desprezo,
Cravado de balas metralhadas pelos olhares mesquinhos
queria dela, com toda ânsia e desejo da minha alma
aquele coração de pedra.
Um coração de pedra era tudo o que eu queria
e precisava para sobreviver,
para não falecer em hemorragia.

Mas não tinha a tal vela, para fazer o pedido.
Meu coração ingênuo sempre andava desprevenido
Nunca tinha velas, nem barcos, ou ancoradouros
Andava descalço, exposto às ventanias e às flechadas dos cupidos.
Sua carne dilacerada sobrevivia sangrando,
Minando artéria, alma e ventrículos.

Queria propor uma troca.
Mas como trocar com ela,
se nem olhava pra mim?
Nem imaginava que invejava nela
Aquele coração impávido, de pedra polida
Sem pontas, sangue ou cicatrizes. Nada!
Apenas mineral, que ela queria despedir.
E eu com tantas despedidas
que deixaram o meu coração esburacado
queria apenas um coração novo, duro como as rochas
Para suportar as novas facadas.

Comentários

  1. E as facas ainda se amolam nas pedras...

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  2. POESIA CHICK LIT

    Cheguei até aqui através de amigos comuns.

    Depois deste monólogo poético só me interessa agora é manter diálogo com seus trabalhos.

    Foi muito bom ter encontrado seu blog ao qual voltarei sempre!

    Também, estou lhe convidando para conhecer alguns dos meus blogues cujas temáticas são humor, narrativas de vida e amor.

    Amor que transcende,enaltece, valoriza e encanta a vida de cada um de nós.


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    FALANDO SÉRIO.
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    Um abração carioca

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Paulo!
      Obrigada pela visita e pelas belas palavras.
      Um abraço!

      Excluir
  3. Thank you!
    Already follow your blog.
    Kisses!

    ResponderExcluir

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