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Estou pouco me importando...

Pouco importa

"Analfabeta que sou
Não diferencio poema de poesia
Rima de metonímia
Rolha de vinho
da cortiça de Portugal
Mesmo assim, me chama
a elegante e fina caneta
e papel

Transparente e firme
Chama a caneta
Com essa voz de canto de chuva ao cair no chão
molhado, frio e lindo

Que notas são?
Em vão as notas,
vão-se as notas...
A voz feminina da caneta convida para uma festa
Caneta fina, elegante, de voz firme, confiante
O sangue marca o convite
A marca da caneta pouco importa,
se importa ou falsifica

Ah!
O convite, o vinho...
Foi-se a rolha sem gosto, mais uma rolha, e outra, mais uma taça e outra...
Com o gosto da rolha... Da rolha que partiu

Se a rolha é da cortiça portuguesa, pouco importa se o vinho é do pobre ou da burguesa.

Que tenha gosto de rolha!
Se a rolha é da cortiça portuguesa,
pouco importa a caneta,
se de sangue tinto
ou de tinta fresca."

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Eu vou até o sim

Vou ficar aqui para além do fim Depois que a vida me negar, a morte dará seu sim Depois do não sempre vem outro sim Na vida o tempo do sim é curto o tempo do não, sem fim. Depois do não da vida sempre virá outro sim Outrossim já que vim Eu vou até o sim. - Madalena Daltro autora@globomail.com https://www.facebook.com/madalenadaltro